Não me quero esquecer de nada, e sei que isso é querer o impossível, e não sei até que ponto vou guardar o mais importante, não sei mesmo se já me esqueci de momentos que valiam muito a pena recordar.
Raios, acabou.
A Golgi, a cozinha suja e microscópica, a espanholada a fazer-me rir às vezes sem saber, a biancheria a acordar-me (e cada cara ensonada à porta do seu quarto com os lençóis na mão), a senhora da limpeza a berrar porque não tínhamos lavado os pratos. O telefone do meu quarto sempre a tocar, vais cozinhar agora?, vou dormir, a que horas saímos depois do jantar?, está a nevar!. A neve. Os berros do Manuel. O ar de desconfiança que trocava no gozo com o José, o "Oh Isa" do Juan e o italiano que íamos aprendendo uns com os outros. A falta de talheres lavados, o stress do frigorífico.
O esselunga (e a possibilidade para sempre desperdiçada de ter as compras levadas a casa). A lolita (a minha querida bicicleta, que sei que está bem entregue). O descobrir de gente nova, di dove sei, cosa studi. O "the pirr i

As viagens para Milão, os bilhetes apagados, a multa, a viagem na casa de banho a ter uma óptima conversa com a Joana. As viagens. Florença (o pôr-do-sol), Cinque Terre (o mar), Turim (as ruas largas), Siena (a história, o ambiente), Pisa (a pior pizza), Roma (a Adri, as hilariantes viagens sem destino), Bergamo (a natureza), Sicília (o mergulho vestida, o caos de Palermo), Snow trip (o maior medo a esquiar onde não devia, a massa que resolvi oferecer a toda a gente), Veneza (a confusão do carnaval), Pádova (nós todos a cantar no palco do concerto ao ar livre, a nostalgia), Eslovénia (o Sokol, a neve, o jogo do telefone estragado).
As pessoas que visitaram, os pais, a Luís, a Adri, a Ana, a João, os Joões.
As poucas aulas de italiano com a professoressa Crrrotti. As corridas sozinha no Outono.
O gelado de pêra e fondente da Cesare e a pizza de ovo do Giulio.
A festa no meu quarto, sem motivo específico, como quase todas as outras.
O duomo à noite, o Safará, o Spazio Musica, o Black Bull que gostava imenso e o Nirvana que nem por isso. A família portuguesa, o "quantas fermatas faltam" do Vítor, o "não estou a aguentar" ou o "Milano..." da Marina, o "odeio areia" e os douradinhos do Nuno, a entoação das perguntas do Tunes, o morrer a rir dos apanhados com a Joana, o forró com o Luís, as conversas de casa de banho com a Inês, a Lia e a Fini, a Grossi que não é grossi, as asneiras que fazia com a Bárbara -os peixes, e os óculos, e as tartes, e as t-shirts arruinadas, e etc.
As noites, o i gotta feeling, a rumba, o this is not ibiza, this is milano, os nossos brindes, brincadeiras, festejos e alegrias abertas, as nossas loucuras e as nossas gargalhadas todas, em casa, no comboio, no eléctrico, no metro, na disco, na rua, onde estivéssemos. As nossas conversas e cumplicidades novas, que já nem novas são.
E a saudade, que em palavra quase só existe em português, mas em sentimento existe em toda a parte.
não foram asneiras :( LOL
ResponderEliminaraqui em Pavia há mta saudade!:')
foram bárbara maria e tu sabes.. claro q o alvo n era eu, pq geralmente era eu q causava os desastres:P e qnd o mazilli ficou às escuras? totalmente sem querer.. Mas tb já me estatelei graças a ti!!!
ResponderEliminar(Aqui também..)
:) voltem as asneiras pavenses a esta terra!!
ResponderEliminarhoje começou a nevar assim, do nada! :D lembrei-me d ti.